28 de out. de 2013

Resenha - A outra vida

A Outra Vida

Susamme Winnacker

Editora: Novo Conceito
Ano de Publicação: 2013
ISBN: 9788581631516
N° de páginas: 268
Comprar: Siciliano/Fnac
Nota: ♥♥♥♥ (4/5)

Sinopse: 
O mundo de Sherry — de uma hora para outra — mudou completamente. Por causa de um vírus muito contagioso, as pessoas que ela costumava conhecer, e quase todas as pessoas de sua cidade, Los Angeles, na Califórnia, se transformaram em mutantes assustadores. 
Esses mutantes têm uma força excessiva, são ágeis, o corpo é coberto de pelos, eles lacrimejam um líquido imundo e… comem gente! Portanto, não há muito o que fazer — talvez tentar fugir — quando se encontra algum deles. A não ser que você tenha ao seu lado a força e a determinação de um jovem como Joshua.
Joshua perdeu uma irmã para os mutantes e sua raiva é tão grande que ele seria capaz de vingar todos aqueles que perderam alguém para as criaturas. No entanto, para que esta revanche aconteça, é preciso prudência. Afinal, até que ponto a disseminação deste vírus foi uma coisa realmente natural? Que poderosos interesses estão por trás desta devastação? 
E será que Joshua e Sherry conseguirão ter a cautela necessária para lutar contra as criaturas justo agora que seus corações estão agitados pelo começo de uma paixão?
Cansado de livros pós-apocalípticos com zumbis? Distopias com sociedades controlados e pessoas vigiadas 24 horas por dia, sete dias por semana? Pois seus problemas acabaram! A outra vida é uma distopia pós-apocalíptica com nada mais, nada menos do que pessoas contaminadas por uma mutação um tanto quanto estranha do vírus da raiva. É, essa mesma raiva que os cachorros tem por aí... o.O

Mas não estranhe a epidemia um tanto quanto diferente, A outra vida é uma distopia muito bem escrita. Nele, a sociedade não é o problema, afinal ela não existe mais. Por isso a narrativa foca mais nos personagens do que no ambiente que os cerca.

Quando as pessoas começam a sumir do nada, o governo avisa aos habitantes da cidade de Sherry para se esconderem em bunkers. E os que não tiverem um em casa - ? - podem se abrigar nos que foram cedidos pelas prefeitura. O problema? Já faz três anos que isso aconteceu.

Mas especificamente três anos, um mês, uma semana e seis dias que a família de Sherry se enconde no bunker que seu pai construiu no quintal. Ela, seus pais, seus irmãos mais novos, a avó e o avô que agora mora permanentemente no freezer. Não, ele não é um lunático, só está morto, e como não havia outro lugar para colocar o corpo, o guardaram ao lado das ervilhas congeladas.

A situação estava até mais ou menos para quem vive em baixo da terra, mas o inevitável acontece: a comida acaba, e a única opção é sair do abrigo. Os "voluntários" - afinal, só os dois poderiam ir mesmo - são Sherry e seu pai. Tudo ia bem, mas quando os dois chegam a um supermercado, são surpreendidos pelos "chorões" - é assim que os sobreviventes chamam os contaminados.

Mas ainda bem que Joshua aparece aparentemente do nada e salva Sherry. Agora o único objetivo da garota é encontrar seu pai em um dos ninhos de chorões. A partir desse momento a narrativa se desenrola de forma eletrizante ao mesmo tempo que foca na parte sentimental dos protagonistas.

Narrado do ponto de vista de Sherry, diferente da maioria das distopias que se centra na sociedade que surgiu após algum problema, A outra vida foca justamente no que se passa na cabeça dos sobreviventes e como é difícil viver em um mundo sem o governo para controlar a população, tendo que procurar sua própria comida todos os dias. Foi exatamente esse ponto que me fez gostar tanto desse livro.

A única coisa que me fez tirar uma estrela de A outra vida foi a protagonista, que apesar de passar por inúmeras situações de perigo, ainda conseguia ser infantil, na busca por seu pai ou até mesmo em seu relacionamento com a família e Joshua.

"- Como você pode ficar tão indiferente a tudo isso? Não fica nem um pouco preocupado? - quase gritei.
-É claro que me preocupo. É por isso que vou atrás deles todos os dias. Mas, se você tivesse visto o que já vi, teria de aprender a lidar com as mortes e os desaparecimentos. A outra vida não existe mais. Este novo mundo tem suas próprias regras. Sobreviver aos ataques é uma delas. Se acha que vai encontrar bondade e misericórdia, está enganada. Saí do abrigo com mais de vinte pessoas. Agora, sou o único vivo."
Página 81.
Claro, se você procura uma distopia pouco convencional, mas ainda sim muito boa, eu não poderia recomendar livro melhor do que A outra vida. Vale super a pena! É uma leitura rápida e divertida, com o toque certo de suspense. 

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