11 de mar. de 2013

Resenha - O Temor do Sábio

 O Temor do Sábio

Patrick Rothfuss

Alerta de Spoiler! Se você quiser saber mais sobre essa série, leia a resenha do primeiro livro O Nome do Vento. Ou você pode ler os últimos parágrafos dessa resenha, onde eu dou minha opinião sobre o livro e os personagens. :)
Editora: Arqueiro
Ano de Publicação: 2011
ISBN: 9788584041327
N° de páginas: 960
Tradutor: Vera Ribeiro
Comprar: Ricardo Eletro/Travessa
Nota: ♥♥♥♥♥ + favorito

Sinopse:

Quando é aconselhado a abandonar seus estudos na Universidade por um período, por causa de sua rivalidade com um membro da nobreza local, Kvothe é obrigado a tentar a vida em outras paragens.
Em busca de um patrocinador para sua música, viaja mais de mil quilômetros até Vintas. Lá, é rapidamente envolvido na política da corte. Enquanto tenta cair nas graças de um nobre poderoso, Kvothe usa sua habilidade de arcanista para impedir que ele seja envenenado e lidera um grupo de mercenários pela floresta, a fim de combater um bando de ladrões perigosos.
Ao longo do caminho, tem um encontro fantástico com Feluriana, uma criatura encantada à qual nenhum homem jamais pôde resistir ou sobreviver – até agora. Kvothe também conhece um guerreiro ademriano que o leva a sua terra, um lugar de costumes muito diferentes, onde vai aprender a lutar como poucos.
Enquanto persiste em sua busca de respostas sobre o Chandriano, o grupo de criaturas demoníacas responsável pela morte de seus pais, Kvothe percebe como a vida pode ser difícil quando um homem se torna uma lenda de seu próprio tempo.
Quando li O Nome do Vento - resenha aqui - fiquei simplesmente encantada com a escrita do Patrick. O mundo que ele criou. Cada local, cada personagem. Até mesmo os 4 ou 5 tipos diferentes de moedas. Enfim, cada mínimo detalhe me fez amar ainda mais a leitura.

Não tinha nenhum receio a respeito do segundo livro. A única coisa que intimida é o tamanho. 960 páginas não são para qualquer um. Além disso, não é qualquer autor que consegue manter o ritmo em dois livros, que juntos somam quase 2 mil páginas. E o Patrick conseguiu!

Kvothe continua sendo encantador. Até mais ou menos a página 250 você lê, gosta da história mas nada te prende - a não ser o personagem principal. Mas, de uma maneira praticamente magnética e uma tanto súbita, a vida de Kvothe dá um giro de 180 graus e não conseguimos mais largar o livro. De repente, quase mil páginas não são suficientes para contar tudo o que você quer saber. Ao chegar na última página, o gosto de quero mais é evidente.

"- Tome cuidado com o que fizer por lá - disse, com expressão ansiosa. - Lembre-se de que há três coisas que todo sábio tem: o mar na tormenta, uma noite sem luar e a ira de um homem gentil."
Página 361.
Por mais que a vida de Kvothe na Universidade seja minha parte favorita, a situação financeira do personagem chega a ser irritante. Ele conta moedas quase como um mendigo, e isso dá pena também. Ao mesmo tempo que ele tem algumas moedas no bolso, as perde e tem que apertar o cinto novamente. E esse é mais um motivo que o leva a deixar a Universidade por um ano.

Mais uma vez uma foto do lindo do Kvothe! <3
Em busca de uma vida melhor, Kvothe viaja até Severen. Sua missão é encontrar o maer Alveron, a quem prestará seus serviços. A medida que nosso arcanista ruivo - lindo de morrer - vai conquistando a confiança do maer, ele melhora de vida, ganhando roupas e um quarto melhor. É então que recebe duas missões. A primeira é escrever músicas para uma jovem a pedido do maer. E após um tempo recebe sua segunda missão: viajar com um grupo de pessoas, afim de encontrar e matar os bandidos que estão roubando os impostos do rei nas terras de Alveron. E nessa viagem ele passa por várias coisas. Algumas boas, outras ruins. Como por exemplo, conhece Feluriana - um ser um tanto mitológico -, viaja até Haert para resolver alguns "problemas"... Até que finalmente volta até a corte de Alveron.

Digamos que O Temor do Sábio possa ser dividido em histórias ou fases da vida de Kvothe. Cada uma dessas "partes" é intercalada com um capítulo interlúdio, onde é narrado, em terceira pessoa, o que está acontecendo na pousada Marco do Percurso durante as pausas na narrativa de Kvothe para o Cronista. Começando com Kvothe na Universidade, depois sua vida na corte do maer, passando pela viagem que faz para recuperar os impostos de Alveron, suas peripécias com Feluriana, em seguida, sua estadia em Haert, voltando à corte do maer e finalmente seu regresso à Universidade - aqui não tem spoilers, ok? Tudo está na sinopse. Ufa! Como esse homem anda.

"- Não era inútil - protestei. - São as perguntas que não sabemos responder que mais nos ensinam. Elas nos ensinam a pensar. Se você dá uma resposta a um homem, tudo o que ele ganha é um fato qualquer. Mas, se você lhe der uma pergunta, ele procurará suas próprias respostas."
Página 545.
Assim como no primeiro livro, por mais que Kvothe se distraia, a razão de sua vida é a busca pelo Chandriano. E eu posso dizer, que dessa vez ele chega bem pertinho. Ele viaja por vários locais, e sempre que pode, está em busca de alguma informação. Chega a ser até um pouco irritante, pelo simples fato de que ele não consegue quase resposta alguma. O Chandriano é considerado por muitos, nada mais do que um conto de fadas para assustar crianças que não querem comer seus legumes.

Os personagens mais uma vez são muito bem construídos. Kvothe, com sua eterna - ou quase - pobreza, nos conquista com seu carisma e seu senso de humor. <3 Cada um dos professores da Universidade tem seu lugar no meu coração, pelo menos cada um dos que é agradável com Kvothe. Deles, o meu favorito continua sendo Elodin, o nomeador-mor com um parafuso - ou muitos deles - solto. Mas até mesmo Lorren, que não ia muito com a cara do arcanista ruivo, agiu bem melhor com ele nesse livro. Eu tinha um ódio especial apenas com Hemme, o professor puxa-saco do Ambrose e o próprio Ambrose, o rico metido a besta, que lidera a comitiva "Nós odiamos o Kvothe". Porém, nas últimas páginas acontece uma coisa que... Bem, só lendo para saber que é o alvo do meu ódio agora.

Mais uma vez, a Editora Arqueiro está praticamente impecável com a revisão. Excluindo alguns errinhos de digitação, é claro. A diagramação é bem espaçada, porém a letra é menor do que a da maioria dos livros. Nada ilegível, mas é menor. Mas, o que eu realmente preciso destacar é essa capa linda! Segue o padrão da primeira, alterando apenas a cor base. É mais bonita ainda ao vivo. <3

Concluindo, O Temor do Sábio é ainda melhor do que O Nome do Vento. As viagens de Kvothe por Quatro Cantos - esse é o nome do local onde ele vive - são extremamente bem narradas. Tem a quantidade perfeita de descrição, com mais romance - muito mais romance - do que o primeiro livro. Não existe outra palavra para defini-lo, a não ser perfeito! É o tipo de leitura que vale muito a pena. Você que ainda não leu, pode sair correndo para comprar O Nome do Vento a-g-o-r-a!



2 comentários:

  1. Oi, Nathi!
    Já li algumas resenhas sobre esses livros e fiquei com vontade de comprá-los!
    Adorei aqui e estou seguindo! :)
    Love, Nina.
    http://omundocoloridodanina.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Hey!
      Essa série é muiiiito boa. Apesar de que o tamanho assusta. :)

      ;*
      Nathi.
      @NathiiMota.

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